MINUTA
Plataforma para Cuidar da Profissão em São Paulo
junho de 2004
O Cuidar da Profissão em São Paulo vem se reapresentar para poder dar continuidade ao trabalho que vem realizando há duas gestões em São Paulo. As necessidades da profissão vão se renovando e o trabalho de transformar o Conselho em um órgão que cuida da profissão ainda não terminou. Cuidar da profissão tem o sentido de desenvolvê-la e oferecer à categoria referências para uma prática profissional ética, tecnicamente qualificada e socialmente comprometida.
Construir referências e delimitar a profissão: é preciso que negociemos com a sociedade e com o Estado os novos limites da Psicologia. Nossa Lei 4119 foi aprovada em 1962. Hoje, a Psicologia se apresenta muito mais vigorosa, ampla e diversificada. É preciso negociar com a sociedade essa nova configuração para que possamos ser reconhecidos e para que se fortaleça a institucionalização de nossa profissão, no Brasil. Em um momento em que as fronteiras e referências das profissões se sobrepõem ou estão diluídas, devemos enfrentar o desafio de trabalhar para demarcar a profissão e para regular práticas sem alimentar sectarismos e corporativismos reducionistas. Demarcar a profissão e regular práticas, como uma de nossas principais metas, deve servir para qualificar a profissão e aumentar nosso compromisso com as demandas da nossa realidade. A Psicoterapia é talvez o campo que melhor exemplifica a necessidade urgente de delimitar práticas.
Valorização da profissão e de seus instrumentos: Todo o trabalho de fortalecimento social da Psicologia exige que se interfira na imagem da profissão e no reconhecimento e aceitação de suas formas de trabalho. Para isso é preciso tomar nas mãos dos psicólogos o trabalho de construir, reconstruir e rever os instrumentos e as formas de trabalho profissional que temos desenvolvido ao longo destes 42 anos de profissão. Ampliar nosso mercado de trabalho e a clientela que faz uso de nossos serviços implica e exige reinvenção permanente. Queremos ter a Psicologia, seus instrumentos e práticas, nas mãos da categoria dos psicólogos. Queremos divulgar nossa profissão na mídia e nos espaços de prestação de serviço, pois queremos que ela esteja ao alcance de quem dela precisar.
Banco Social de Serviços em Psicologia: o Banco deverá durar até 27 de agosto de 2005. Queremos fortalecê-lo até lá, para que possa dar os resultados pretendidos: fortalecimento das políticas públicas, inclusão do psicólogo nas políticas desenvolvidas pelo serviço público, fortalecimento da institucionalização da Psicologia, oportunidade de treino profissional para os psicólogos em políticas sociais e renegociação com a sociedade da configuração de nossa profissão. São muitos os objetivos do Banco Social e pretendemos que eles se realizem. Por isso, nos comprometemos em fortalecer e apoiar o desenvolvimento do Banco Social em todo Estado de São Paulo e no Brasil.
Contribuir na construção de políticas públicas: o Estado brasileiro, depois de quase 20 anos de políticas neoliberais, precisa ser reconstruído. Trabalhar para a construção de políticas públicas com a presença marcante do Estado é lutar para que os serviços básicos de saúde, educação, saneamento, moradia, assistência social possam ser ampliados e estar, desta forma, ao alcance de todos. Construir políticas públicas é fortalecer a cidadania e melhorar as condições de vida no Brasil. Os psicólogos devem estar neste trabalho e devem colocar a Psicologia a serviço desta transformação. Devemos lutar para que a Psicologia esteja prevista, como um serviço, nas políticas públicas de saúde, educação e outras.
Fazer circular Psicologia: um fator importante para que nosso trabalho seja bom é investir na comunicação de nossas atividades e na circulação da Psicologia em todo Estado de São Paulo. Precisamos melhorar nossa comunicação com a categoria. Aproveitar melhor a Internet, melhorar nosso site, dinamizar o Jornal são algumas das tarefas e responsabilidades que nos colocamos, buscando melhorar a circulação de informação. Além disso, é preciso contribuir para que a Psicologia circule entre os psicólogos. Apoiar a realização de eventos sejam do CRP/CFP ou de outras entidades da Psicologia é, sem dúvida, uma forma de caminhar na direção deste objetivo.
Orientar e fiscalizar o exercício profissional: orientar a categoria, respondendo às dúvidas sobre o exercício profissional e/ou produzindo novas respostas para as novas perguntas que vão surgindo com o desenvolvimento e ampliação social da profissão. Fiscalizar para poder garantir à sociedade seu direito de receber um bom serviço em psicologia.
Apoiar a criação do Núcleo Paulista da ABEP: A Associação Brasileira de Ensino de Psicologia precisa estar forte, para poder contribuir e coordenar a implantação das diretrizes curriculares que foram aprovadas para a Psicologia. O CRP SP deve colaborar na criação e desenvolvimento do Núcleo Paulista da ABEP. Deveremos estar atentos para que as diretrizes possam significar um avanço na formação. Queremos participar ao lado de estudantes, professores e pesquisadores para garantir uma boa formação na área. A proliferação de cursos tem posto em risco a qualidade da formação em Psicologia. O fortalecimento da ABEP deverá significar resistência e ao mesmo tempo oferta de referências de qualidade. O CRPSP quer estar nesta luta!
Direitos Humanos: Queremos continuar lutando pela associação entre a Psicologia e os Direitos Humanos. Esta relação poderá fortalecer a Psicologia como uma prestação de serviço à sociedade que se pauta pela ética e por princípios democráticos. Lutar para que todos tenham uma vida digna, pelo fim da desigualdade e do preconceito é uma forma de garantir boas condições psicológicas para a população brasileira. Associar a Psicologia aos Direitos Humanos é uma forma de fazer avançar nossa profissão na direção de respostas dignas às urgências da sociedade brasileira.
Apoio a Movimentos Sociais: Engajar-se nas lutas de nosso tempo é garantia de que não se está só. É preciso apoiar e participar de movimentos sociais guiados por metas e princípios democráticos. Fortalecimento do SUS, pela escola Pública, pela Democratização da Comunicação, contra a redução da maioridade penal, pelo fortalecimento do ECA, enfim pelas muitas lutas que nossa sociedade vem empreendendo em busca de uma vida digna para todos. O CRPSP quer estar nestas lutas.
Por uma Psicologia Latinoamericana: o fortalecimento da Psicologia como profissão comprometida com as urgências de nosso tempo exige a parceria e a união com a Psicologia e os psicólogos da América Latina. O CRPSP vai apoiar as iniciativas nesta direção. Manter em nosso Jornal uma página sobre a América Latina; manter-se filiado a ULAPSI- União Latinoamericana de Entidades de Psicologia; apoiar o Congresso da ULAPSI em São Paulo, em 2005; realizar debate que permita o diálogo da Psicologia Latinoamericana; e fazer circular informações sobre a Psicologia latinoamericana são iniciativas importantes para atingir nosso objetivo.
Gerir o CRP com seriedade e transparência: é importante reforçar sempre os princípios de uma gestão honesta, rigorosa e transparente. A gestão do Conselho é fiscalizada pelo Tribunal de Contas da União, mas são os princípios de uma gestão rigorosa que devem ser as diretrizes de nosso trabalho. Cuidar do patrimônio; zelar pelo uso dele e de seus recursos são tarefas importantes para nós. Nos comprometemos com essa meta.